sábado, 18 de setembro de 2010

No supermercado...

Gosto de supermercados! Gosto de ver as cores das embalagens, gosto de passar uma hora no corredor dos vinhos a escolher o que vou beber durante a semana, gosto de ver as pessoas a olhar para as etiquetas com os preços, gosto de ver o casal em fato de treino às compras, gosto de ver as birras monumentais das crianças para que os papás lhe comprem alguma coisa... E se essas birras envolverem o/a petiz a rebolar no chão tanto melhor!

Acredito que os supermercados são um sitio por excelência para estudar a psicologia humana! Tanto no que respeita ao comportamento humano em si, como no que respeita ao estudo dos psicólogos que estudam o comportamento humano! Parece complexo mas não é: respeito os tipos que tiveram a ideia de colocar a padaria bem longe da porta para que o cliente que vai comprar o pão de cada dia seja obrigado a suportar um calvário de tentações de compra até o conseguir; respeito o tipo que teve a ideia de fazer com que as rodas do carro nunca andem a direito e se desviem para as prateleiras com as ditas tentações; acho genial o gajo que teve a ideia de colocar as pastilhas e as revistas imediatamente antes da caixa que é convenientemente lenta, obrigando o cliente a entreter-se com alguma coisa como, por exemplo... sei lá... pastilhas ou revistas!

(Não consigo perceber é o gajo que teve a ideia de colocar as pilhas no exposito antes da caixa... Não percebo qual a finalidade das pilhas aí...)

Há uma coisa que me irrita, no entanto, nos supermercados! Se bem que os encontrões não me causem grande transtorno, o mesmo já não digo quando sou atingido por um carro de supermercado. Dói comó caraças... Pior ainda quando, devido à igualdade entre a altura dos meus testículos e das esquinas da parte frontal dos carrinhos de supermercado, as mesmas tentam ocupar o mesmo ponto do espaço exactamente ao mesmo tempo o que, como é sabido, é uma impossibilidade física! Tal já me aconteceu uma vez e como, contrariamente à crença popular, os meus testículos não são de aço, não sei o que é mais dificil de suportar, se a dor provocada pela agressão se a vontade de agredir o/a agressor/agressora...

Hoje, porém, fui agredido de um modo que nunca me tinha acontecido, num supermercado Modelo aqui perto, com um café! Explico: tinha acabado de pagar o meu café e dirigia-me para a outra ponta do balcão onde me esperava uma empregada sorridente com o referido extracto aquoso. Eis que um senhor (futuramente identificado como o agressor) recolhe dois cafés do balcão, roda bruscamente 180º, fazendo com que a minha barriga e os cafés tentassem ocupar o mesmo espaço exactamente ao mesmo tempo! Como demonstrei anteriormente, tal é uma impossibilidade física. Assim o café espalhou-se sobre a minha t-shirt, as minhas calças e os meus sapatos, enquanto a chávena se partia ao cair no chão, com ruído.

Além do café quente queimar, há sempre uma componente de constrangimento e embaraço pela cena que não é desprezável. A empregada tentou ajudar dando-me um pano com água quente, retirada da máquina de café, na tentativa de conseguir tirar as manchas. Ao mesmo tempo eu tentava limpar as mãos cheias de café com guardanapos enquanto era confortado pelo agressor que me informava que, como o café não tinha açúcar, não iria deixar mancha! Desde já asseguro que isso, à semelhança da consistência dos meus testículos, é um mito...

Portanto este post é dedicado a este agressor por me ter proporcionado a experiência inesquecível de fazer as minhas comprinhas a tresandar a café com a roupa toda manchada de castanho! Muito e muito obrigado!

Já agora: quando eu disse: "não há problema, são coisas que acontecem", também estava a ser sarcástico, ó cretino...
ABRE OS OLHOS PALHAÇO!

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