Não é nada pessoal #1

No escritório onde trabalho temos música ambiente. A rádio está sintonizada na mesma estação há 10 anos, que me lembre. Se alguém me perguntar qual é essa estação terei de pensar alguns instantes até me lembrar de que é a rádio Capital. 

Há anos que a música é a mesma. Se alguém também me perguntar que músicas é que tenho ouvido aqui lembrar-me-ei imediatamente de Boys don't cry dos Cure, que passou uma vez, em 2006.

Tentei uma vez mudar o posto de rádio para a Radar, em 2008. (Não que eu tenha uma particular preferência pela Radar actualmente. Já foi altura em que era uma rádio de música alternativa antes de se submeter ao interesse dos accionistas e dos concertos que estes patrocinam). Não resultou e foi à justa que me safei de um despedimento com justa causa por perturbar o ambiente de trabalho.

Não me acho o dono do bom gosto musical. Para mim só há música: música boa ou música má. Admiro pessoal que inova mesmo que eu não goste do que fazem. Não suporto os espectáculos visuais à volta da música. Aflige-me ver coisas com espectáculos pirotécnicos e cenas psicadélicas maradas. Enoja-me o Carnaval que é montado à volta de "artistas" maus ou medíocres para disfarçar a falta de criatividade.


Odeio as Shakiras, Lady Gagas e cenas derivadas tanto como abomino gajos que se arrastam a sacar mais uns cobres quando o tempo deles já passou há muito. 

E quem são as pessoas que ouvem esta merda na radio e pagam mais de 50 euros para as ir ver ao Rock In Rio? Serão adolescentes suados com cabelo à Cristiano Reinaldo que buscam nelas inspiração para esgalhar o pessegueiro? Ou é mesmo o público em geral que engole toda a merda que lhe colocam à frente, desde Papas a Vampiros Com Açucar, desde a caca até à Gaga?